Todos os cães árticos têm um pêlo magnífico, mas o do Samoieda é francamente excepcional. Não só dá ao cão uma graça e uma elegância inegáveis como também é um verdadeiro espetáculo de funcionalidade, uma maravilha da natureza. Como o povo samoieda vive em um clima extremamente rigoroso, passando do frio mais glacial ao calor mais intenso, os seus cães têm de ter um isolamento natural: o pêlo, que tanto os protege das intempéries como das temperaturas extremas. É interessante salientar que esse pêlo está implantado em uma pele muito fina e não em uma espécie de couro, como nas raças de pêlo curto. Para compreender como funciona a pelagem do Samoieda, deve se saber como é composta. Em primeiro lugar por um subpêlo lanoso, muito fino, macio e espesso, que cobre todo o seu corpo (com exceção da cabeça e dos membros).

Esse subpêlo varia de densidade conforme a estação, mais espesso no inverno e menos no verão, e conforme o lima (adapta-se, por exemplo, quando o cão vive em um país temperado). Durante os períodos de troca de pêlo, isto é, na primavera e no outono, o subpêlo renova-se. O pêlo antigo solta-se do corpo do cão e forma placas. São os únicos momentos do ano em que se torna necessário cuidado especial. Pode-se então escovar o cão com uma escova metálica, o que vai acelerar a caída do pêlo fazendo-o voltar rapidamente a um aspecto normal (caso contrário, passeará durante vários dias com a linha superior meio pelada, o que é bem pouco estético). A troca de pêlos da fêmea também pode ocorrer três ou quatro meses após o parto. O subpêlo do Samoieda tem a particularidade de poder ser fiado e tecido, uma vez que se parece muito com o do angorá. O segundo elemento é o pêlo externo (pêlo de cobertura), que é liso, reto e áspero. O seu comprimento varia conforme a parte do corpo do animal. É muito curto na cabeça e na parte da frente das patas, e comprido no peito (formando uma juba muito vistosa, sobretudo nos machos), parte de trás das patas, coxas, traseiro e cauda (mas nunca exageradamente). O cão parece ter uma roupa adaptada para cada estação.

Por último, não se deve esquecer a oleosidade do pêlo, sem a qual a pelagem seria muito menos eficaz. Esta secreção oleosa dá ao pêlo um aspecto brilhante e ao mesmo tempo impede a pele de sofrer as agressões do frio, do vento, da água ou da lama. A sujeira gruda no pêlo, mas, como fica na superfície, basta o cão sacudir-se vigorosamente para se livrar dela.

A oleosidade do pêlo é tão importante para o bem-estar dos cães árticos que eles só devem receber banhos em situações de real necessidade. Enquanto algumas das raças aparentadas são de cor escura, o Samoieda exibe um magnífico pêlo branco de que todo o proprietário consciensioso cuidará regularmente. Mas o banho tem, infelizmente, alguns inconvenientes. O sabão e o shampoo destroem quase inevitavelmente o óleo da pele, retirando do cão uma proteção que é tanto mais importante quanto for demorada a sua regeneração completa (aproximadamente 15 dias). Para que isso seja evitado, recomenda-se um champoo o mais suave possível e lavar o cão rapidamente. Também se deve secá-lo e penteá-lo cuidadosamente. Os exemplares de exposição tomam banho cinco ou seis dias antes da exibição. É claro que os outros têm de ser mantidos limpos, mas isso pode ser feito sem banho, utilizando um shampoo ou apenas escovando-os com freqüência para evitar acumulação de sujeira. Como a alimentação desempenha um papel importante no estado do pêlo, recomenda-se uma dieta rica em carne e peixe, naqueles locais onde não se pode contar com rações balanceadas de boa marca. Os longos passeios tonificantes, para o cão se manter em forma, também serão importantes.